A Neurociência tem contribuído muito para que educadores e líderes compreendam de forma mais abrangente o comportamento humano e consigam aperfeiçoar o processo de aprendizagem e assimilação de novas técnicas e conceitos, para mudar comportamentos e melhorar as competências. (Leia também – RH 3.0 – Liderança de Pessoas)
Com o uso da ressonância magnética, está sendo possível ver de forma mais clara a reação do cérebro humano diante das mais diversas situações, tanto físicas quanto emocionais.
O debate ainda é grande, pois entre os neurocientistas há contradições variadas. Uma discussão acalorada no momento é em relação a quantidade de neurônios. Até recentemente os cientistas afirmavam que o cérebro possuía 100 bilhões de células chamadas neurônios e recentemente um estudo concluiu que na verdade são 86 bilhões. Mesmo assim o número é bastante grande.
Como são bilhões de neurônios, há tantas conexões em um único centímetro cúbico de tecido cerebral como estrelas na Via Láctea.
Em seu livro INCOGNITO, Eagleman se refere ao cérebro como uma maquinaria disposta numa embalagem sofisticada, trabalhando no escuro para manter você vivo. Em seu interior ele contém um estranho material computacional de consistência rosada gelatinosa.
Cada uma das células é mais complexa que uma cidade. Estas células contém todo o genoma humano e por elas transitam bilhões de moléculas num sistema complexo.
Segundo Rock o cérebro responde de forma idêntica tanto a dor física como social
Em seu livro “COMO A MENTE FUNCIONA”, Steve Pinker inicia, afirmando que na verdade ainda sabemos pouco sobre o funcionamento do cérebro, mas que muitos avanços vem sendo conquistados e mexendo com teorias antes tidas como verdadeiras.
Descartes e John Locke compartilhavam a ideia de que a mente era uma página em branco e que conforme íamos tendo consciência do ambiente, por meio de experiências, ela ia sendo preenchida.
Atualmente os neurocientistas contrariam esta ideia e por meio de estudos constataram que aproximadamente 50% do que somos é genético. Outros 25% da formação ocorrem nos primeiros anos de vida, mais especificamente entre os 6 e 7 anos e que os 25% que completarão os 100% , serão formados no restante de nossas vidas.
Milodnow diz que a transformação maior acontece enquanto nosso sistema biológico está em transformação mais acelerada e que isto se sucede até os 30 anos, mais ou menos. Isto não significa que você não possa aprender até o último dia de sua vida. Ele fala das transformações da personalidade. (Que tal a leitura do artigo Eneagrama e Inteligencia Emocional )
Alguns especialistas são mais otimistas e dizem que a neuroplasticidade ocorre de forma mais abrangente durante toda a vida, provocando transformações no comportamento a partir das experiências vivenciadas.
David Rock, da Universidade de Cambridge e diretor do Instituto Global de Neuroliderança, apresentou recentemente o conceito de cérebro social, contrariando a hierarquia das necessidades de Maslow. Ele propõe uma nova forma de perceber o comportamento das necessidades, que mexe com a maneira de gerenciar pessoas, levando-se em conta a fisiologia humana.
Ele afirma que em determinadas situações as necessidades sociais podem prevalecer as necessidades fisiológicas. A base desta afirmação esta ligada a dependência que temos de outras pessoas, para que possamos sobreviver nos primeiros anos de vida.Segundo Rock o cérebro responde de forma idêntica tanto a dor física como social. Estes resultados estão auxiliando na compreensão das reações do estresse no ser humano e de quanto isto influencia nos resultados obtidos na atividade profissional.
Por exemplo, quando alguém se sente rejeitado por seu líder, o conflito vivenciado é comparado a uma dor física aguda, trazendo consigo baixa autoestima, instabilidade vulnerabilidade e outros sintomas comumente chamados de doenças emocionais. Na verdade não é simplesmente uma dor emocional, pois ela é percebida no cérebro por meio de ressonâncias.
A neurociência é uma matéria extremamente ampla e será foco de estudos nos próximos anos. Ela vem trazendo de forma fantástica, informações que poderão revolucionar nossas percepções em relação ao nosso comportamento e também ao das pessoas com as quais convivemos.
A COISA mais complexa do universo começa a ser desvendada. Quem sabe estejamos passando por uma fase em que as relações, tanto no ambiente social como profissional, sejam aperfeiçoadas e possa haver mais convergência de interesses entre as empresas e seus trabalhadores, e entre seus lideres e liderados.
A via láctea abriga aproximadamente 250 bilhões de astros como o sol.
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